Se a examinarmos juntamente de outros fatores, veremos que a estratégia educacional pertence ao conjunto de medidas internas de uma instituição de ensino. Ou seja, as estratégias de ensino influenciam muito na retenção de alunos, mas nem tanto quando o assunto é a captação de novos estudantes.
Fazer essa diferenciação é importante, porque os gestores de escolas, cursos livres, universidades e faculdades costumam enxergar essas coisas misturadas. Eles acreditam, por exemplo, que aumentar o número de matrículas é uma questão pedagógica, o que é um equívoco.
Claro, quando a metodologia de ensino é boa, as matrículas por indicações aumentam. Mas não é recomendável sobreviver às custas da divulgação boca a boca. É necessário ter uma máquina de captação de alunos funcionando, e isso independe do fato de você admitir novos estudantes o ano todo ou apenas de 6 em 6 meses.
Neste artigo, vamos nos aprofundar nas relações entre marketing digital e estratégias de ensino. Você vai aprender o que são essas estratégias, para que elas servem realmente e aprender formas de potencializar a entrada de novos estudantes que não estão diretamente ligadas a aspectos didáticos ou metodológicos. Continue a leitura!
O que são estratégias de ensino
São técnicas didáticas e pedagógicas adotadas por uma instituição e aplicadas pelos professores, que visam a facilitar a construção do conhecimento por parte do aluno.
Via de regra, as instituições de ensino são muito rigorosas com a concepção e execução do planejamento escolar. Isso se deve ao fato de que boa parte delas tem como gestores pessoas que já estiveram nas salas de aula, e fizeram da docência não apenas a base de sua ocupação, mas uma forma de ver o mundo.
Essa construção ética e profissional de coordenadores, diretores e donos de escola é excelente para o futuro da instituição de ensino. No entanto, como acontece com qualquer formação multidisciplinar, ela tem suas lacunas, que quase sempre se fazem sentir quando o assunto é pensar uma estratégia comercial de captação de alunos.
Conhecimento que se traduz em resultados para as pessoas
O que todos queremos são bons resultados na educação: estudantes que modifiquem sua forma de pensar e agir — intervindo no meio em que vivem com vistas a mudá-lo para melhor — baseando-se no conhecimento adquirido e em sólidos valores éticos.
O que não é saudável é gastar mais tempo que o necessário da gestão educacional com isso. Uma estratégia educacional — com sua metodologia, técnicas de seleção de professores, material didático e estrutura — não é algo que deva ser avaliado subjetivamente.
Sua qualidade deve ser comprovada e, para isso, os alunos devem ser capazes de aplicar o conhecimento passando em concursos, sendo aprovados em provas, em suma, utilizando cotidianamente o que aprenderam.
Ainda que se trate de um curso livre cujo produto do ensino é algo que tenha como única função o prazer dos alunos (como é o caso dos cursos de Música e Artes, por exemplo), a satisfação com aquilo que estudam passa pela prática.
Estudantes de música que hoje conseguem tocar para uma roda de amigos e, por se sentirem bem-sucedidos, indicam a escola para colegas que querem aprender um instrumento são exemplos disso.
Também é possível citar pessoas de todas as idades que se dedicam à pintura nas horas vagas e ganham muitas curtidas nas redes sociais com esse trabalho. No fundo, a melhor avaliação de uma estratégia de ensino passa pelos professores e coordenadores, mas não se restringe a eles.
Nesse momento, os especialistas precisam ter uma certa humildade e compreender que o ensino serve a pessoas, e que essas pessoas têm objetivos de vida e juízo de valor.
Para que a estratégia educacional serve
Se uma escola tem dificuldades de captar alunos, ela pode entrar em um círculo vicioso, já que sua metodologia não pode ser devidamente testada por falta de uma amostragem suficientemente grande de estudantes. E se a metodologia é ruim, é difícil conseguir indicações para aumentar essa amostragem.
Não estamos defendendo que a educação sirva exclusivamente a interesses de mercado. Ela vai muito além disso, mesmo quando falamos de cursos profissionalizantes. O ponto aqui é que deve haver uma relação de troca entre estratégias didáticas e estratégias de marketing, sobretudo no ambiente digital.
Muitos alunos têm metas definidas ao buscarem por instituições de ensino no Google:
- ganhar melhores salários;
- realizar-se profissionalmente;
- aprender uma nova habilidade depois de se aposentar;
- dominar um conteúdo que os inclua em um novo círculo social;
- vencer um desafio intelectual;
- conseguir uma promoção em um emprego e outros.
Nesse sentido, você sempre pode melhorar a qualidade daquilo que é transmitido, mas nunca vai poder dizer aos futuros alunos o que eles devem querer, ainda que isso seja melhor para eles. Esse ponto é crucial, porque nem sempre os objetivos do público-alvo são contemplados na proposta pedagógica das instituições.
Então, a razão de a estratégia educacional existir deve ser oferecer aquilo que o aluno persegue, mesmo que seja para demonstrar que ele pode estar perseguindo objetivos infrutíferos. É ao longo desse embate dialético que a instituição contribui para o aculturamento dos estudantes.
Comece a ouvir do seu próprio público quais são as necessidades dele. Por meio de um processo em que são feitas as perguntas certas, você pode fazer com que se sintam satisfeitos, mesmo que estejam confundindo os fins com os meios.
Quais são as vantagens do marketing digital
O marketing digital serve, antes de tudo, para que a oferta de valor da sua instituição não se descole dos objetivos dos potenciais alunos. Em alguns casos, é necessário educar o público a esse respeito muito antes de ele se matricular.
Depois que a matrícula acontece, o marketing digital cumpre um papel decisivo na fidelização dos estudantes. Ele mantém, por meio do disparo automático de e-mails e das redes sociais, um relacionamento baseado em conteúdo.
Ao longo desse relacionamento, são produzidos números que falam sobre os interesses dos estudantes, suas expectativas, realizações e frustrações. Ao fazer isso, o círculo vicioso da metodologia que não pode ser devidamente testada se quebra.
Trocando em miúdos, instituições de ensino que integram suas estratégias de ensino a um planejamento de marketing digital conseguem:
- um maior reconhecimento de marca no ambiente online;
- uma máquina de matrículas que roda automaticamente;
- retornos positivos e negativos dos alunos sobre o curso;
- melhorias na metodologia com base nesses retornos;
- maior fidelização e diminuição da taxa de evasão;
- melhores resultados no geral.
Então, de agora em diante, pare de dividir seu tempo entre o marketing digital e as reuniões pedagógicas. Encare esses dois setores como duas partes de um mesmo panorama comercial. A educação não é um produto, mas ela só vai ser efetiva se houver muitos alunos se matriculando ao longo do ano.
Como unir estratégia educacional e marketing digital
Ser gestor é, mais que qualquer outra coisa, ter visão de todo e capacidade de síntese. Então, é preciso saber evitar os problemas operacionais para se concentrar no que realmente importa. Você não deve tomar para si as tarefas de repor professores que faltam, acompanhar obras na escola e outros.
É necessário que se concentre nas ações que fazem com que o funil de marketing e vendas da instituição continue girando, elegendo os objetivos principais e perseguindo-os do primeiro ao último minuto de cada dia de trabalho.
Quanto a esses objetivos, eles são os mesmos para a estratégia de ensino e o marketing digital. E não seria reducionismo dizer que só existem três metas primárias para qualquer instituição de ensino, e a sua não é exceção:
- ser sustentável financeiramente;
- formar seus alunos com êxito;
- crescer por meio da atração de novos alunos.
De certa forma, esses objetivos também são interdependentes, já que o primeiro só é possível se o segundo e o terceiro estiverem funcionando. E acredite: não há crise vivida por uma instituição que não seja oriunda de qualquer um desses três fatores.
Então, ter um planejamento de marketing escolar significa criar um caminho que perpassa os três tópicos. Para ser mais específico, a instituição deve ter uma estratégia — formada por um conjunto de decisões planejadas e cronologicamente executadas — com foco nelas.
Abaixo relacionamos, com base na nossa experiência acumulada aqui no Captar Alunos, as decisões mais importantes que você deve perseguir diariamente.
Mobilize a coordenação pedagógica no combate à evasão
Se existe um setor mais diretamente envolvido com a sobrevivência de uma instituição de ensino, é a Coordenação Pedagógica. Sua missão é sempre o desafio da formação moral, profissional e intelectual dos alunos.
Porém, é natural que os professores se comprometam muito com a formação e pouco com a sustentabilidade financeira e o crescimento da instituição. Uma boa estratégia educacional envolve o time pedagógico também nesse objetivo.
E uma boa forma de fazer isso é criando metas (inclusive financeiras) conjuntas de combate à evasão escolar. Quem está dentro da sala de aula sabe como ninguém identificar indícios de desmotivação como faltas, notas baixas ou falta de comprometimento com os estudos.
Mantenha a secretaria envolvida na estratégia educacional
A secretaria cuida da gestão escolar: gere alunos matriculados, faz o registro das matrículas, distribuição de turmas, notas, controle de presença e emissão de documentos dos mais diversos. É muito comum, porém, que esse setor seja sufocado por tantas atribuições e se distancie do objetivo que está por trás da rotina.
Falando de uma maneira bem objetiva, o dia a dia da secretaria de uma instituição de ensino deve ser informatizado, padronizado e automatizado com a ajuda de softwares e procedimentos claros. Isso economiza o tempo de todo mundo, inclusive o seu.
Só assim vai ser possível que seus membros se envolvam com a estratégia educacional da instituição, por exemplo, acompanhando mais de perto os indicadores de matrículas e sugerindo novas turmas, horários e até novos cursos. Isso enxuga custos e deixa os alunos mais satisfeitos também.
Componha um financeiro que enxerga longe
O departamento financeiro da maior parte das instituições está comprometido apenas com cortes de gastos. E como por ele passam as decisões de contratações, compra de insumos, definição de valores de mensalidades e outros, a escola não vai crescer se ele não souber diferenciar custos de investimento.
Assim como a secretaria se perde em meio ao caos dos pequenos problemas, um departamento financeiro pouco estratégico pode acabar se deixando levar apenas por números frios em uma planilha e ignorar oportunidades únicas.
O ideal é que ele esteja sempre um passo à frente. Cabe aos colaboradores da área de finanças compreender os investimentos que a alta qualidade dos cursos demanda e validar isso com a necessidade de sustentabilidade financeira.
A digitalização de processos também vale aqui. Há programas em nuvem que emitem boletos automaticamente, geram listas de inadimplentes e outros. O importante é liberar tempo dos profissionais para pensarem e agirem mais estrategicamente, por exemplo, definindo uma precificação que varia de acordo com o risco de inadimplência.
Por exemplo, se o aluno pretende parcelar as aulas no cartão, esse risco é muito menor. Logo, vale a pena dar descontos e conceder benefícios.
Por um marketing eficiente, profissional e permanente
Do modo geral, há uma certa ingenuidade nas estratégias de marketing digital das instituições de ensino. Dos quatro departamentos que listei aqui, o de marketing costuma ser o mais limitado, isso quando ele existe.
É a herança da mentalidade de que apenas boas aulas vão falar por si e fazer com que novos alunos se matriculem. Essa premissa falsa é a responsável pelas dificuldades financeiras da maior parte das escolas e cursos.
Aqui no Captar Alunos, já dedicamos alguns artigos ao marketing digital para instituições de ensino. Agora, vamos listar alguns pontos que, na nossa opinião, devem ser o foco da sua atenção desde já.
Combate à evasão
Como já ficou dito neste artigo, não dá pra crescer ganhando alguns alunos e perdendo outros. O marketing de uma instituição tem papel ativo no trabalho de estímulo e encorajamento dos alunos a seguirem os estudos. Em outras palavras, a taxa de retenção é uma preocupação do marketing digital.
Não é por que um estudante está matriculado em um curso que ele não vai questionar sua escolha. É muito interessante continuar nutrindo-o com dados de mercado e ideias profissionais (se o seu curso é de nível superior ou profissionalizante) ou os benefícios dos estudos na qualidade de vida (no caso de cursos livres).
Comunicação com uma audiência
É preciso iniciar um contato com as pessoas que chegam ao seu site diariamente, mas ainda não estão convencidos de que devem se matricular.
Embora parte dos gestores ainda não domine esse processo, essa comunicação é missão quase obrigatória para escalar a captura de novos alunos e agir com previsibilidade de resultados e receita financeira.
Esse relacionamento deve acontecer por e-mail, redes sociais, mensagens e telefonemas. Essa abordagem multicanal é o que garante a presença da sua marca no cotidiano da audiência dela.
Criação de conteúdo
Antes, durante e depois da matrícula, a internet deixou os alunos mais exigentes. Com conteúdo de qualidade, você demonstra a eles, a qualquer momento, as vantagens e características dos cursos que oferece.
Lembre-se que o site da sua instituição é (ou deveria ser) um núcleo de conhecimento na internet. Cabe a ela utilizá-lo para atrair alunos e combater a evasão, automatizando processos de marketing. Isso pode ser feito por meio de um blog, vídeos, materiais educativos gratuitos e muito mais.
Um site que facilite a experiência do aluno
Não tenha um site somente para expor sua marca e listar os cursos que ela oferece. Transforme-o em uma ferramenta de marketing digital. Use-o para propagar conteúdo, atrair novos alunos, se relacionar com os atuais, influenciar pessoas e empresas. Um site é o grande instrumento de um bom marketing digital. Construa autoridade em torno dele.
Um quadro financeiro positivo, uma marca educacional respeitada e autoridade no mercado são conquistados por meio de estratégias desdobradas em ações planejadas e executadas cronologicamente.
Por importante que a estratégia educacional seja, ela pertence ao conjunto de medidas internas de uma instituição, cujo impacto principal é na retenção dos alunos. Não há como saber se as suas estratégias de ensino são efetivas se não houver alunos entrando em boas quantidades.
Ou seja, se souber fazer marketing digital com propriedade, você encontrará uma política que perpassa todos esses pontos. Manter uma imagem no ambiente online e uma máquina de matrículas funcionando é tarefa do marketing digital, e vai colocar o seu ensino em movimento.
Então, vale a pena reforçar, pare de pensar a divulgação online separada da proposta pedagógica. Elas são duas partes de um todo, e o crescimento da sua instituição de ensino depende disso.
É a melhor maneira de realizar o sonho de mudar a vida de tantas pessoas por meio de ensino de qualidade, aquele que inspira valores éticos e forma pessoas independentes e críticas. Viu como a formação humana e estratégias de mercado não precisam ser coisas contraditórias?
Se quiser mais detalhes sobre a máquina de crescimento das instituições de ensino, não deixe de baixar o nosso material sobre como aumentar as matrículas e evitar a evasão. Temos muito mais a dizer a esse respeito! Deixe seus dados abaixo e receba o guia no seu e-mail.